sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Filme "A Revolução dos Bichos" na cidade de Condor

No dia 06/10/2014 na cidade de Condor, aconteceu mais uma apresentação do nosso Projeto Cinema (e Literatura) em Movimento.
O filme "A Revolução dos Bichos" (1999), do diretor John Stephenson, dessa vez foi adaptado à um trabalho que já estava sendo desenvolvido na Escola Agostinha Dill. Os alunos da 8ª série, estavam trabalhando o livro de mesmo nome do filme, assim, os voluntários do Projeto puderam unir e utilizar o conhecimento dos alunos sobre o tema.
O nº total de participantes foi 10, o qual 8 eram alunos e 2 professores.
Após a sessão de filme, foi iniciado o debate, onde os poucos alunos mostraram o conhecimento que já haviam estudado, e assim, foram bem participativos, gerando um debate enriquecedor sobre o tema e os Direitos Fundamentais que eram: a igualdade, liberdade, direito dos animais, dignidade da pessoa humana e o direito coletivo.

Veja a seguir um resumo retirado da internet, escrito por Rubens Martins Neto (Assessor técnico-pedagógico do Portal Dia-a-Dia Educação, Professor de Língua Portuguesa):

As transições sociais ocorreram, muitas vezes, mediante revoluções que, ao longo da história, se mostraram contraditórias no plano ético e moral exprimindo as verdadeiras facetas que o ser humano é capaz de apresentar ou representar quando está no poder.
A obra de George Orwell, "A revolução dos bichos", da década de 40, de maneira metafórica trata a questão do poder político com um cunho atemporal não deixando o leitor sair incólume diante das personagens e do cenário expostos dentro de uma linha imaginária literária exacerbada, em forma de fábula.
Este Best-seller foi transposto para o cinema em 1999 (EUA) com direção de John Stephenson, dentro de um padrão que não faz fronteira com o glamour hollywoodiano, porém preserva a atemporalidade das articulações políticas satirizadas sabiamente por Orwell.
Certamente, a obra literária, para os mais puritanos, tem nuances que o diretor da película não se ateve, entretanto, o intento da tônica do pensamento de George Orwell é exprimido de forma honesta. 
Os dilemas políticos acontecem e são retratados na Granja do Solar, local onde o proprietário, Sr. Jones, cria animais e tem espaço para o plantio e a pastagem. Os animais sofrem maus tratos por parte do proprietário e dos empregados, a figura de Jones é vista, pela maioria dos animais, como opressora, mas há consciência por parte deles da diferença do mundo humano e do mundo animal, onde os animais servem, de distintas formas, aos propósitos do Homem.
No entanto, o fomento revolucionário se dá a partir do sonho de um dos porcos, Major. Ele expõe seu sonho e propõe uma mudança radical da estrutura política e social do universo dos animais, pois gozariam de direitos até então inimagináveis dentro daquela realidade, promovendo o bem-estar comum, sem a interferência do Sr. Jones ou qualquer outro humano, a tônica ideológica era o Animalismo, regime que contempla somente as necessidades e o bem-estar coletivo animal. 
Depois da reunião feita no estábulo, na qual todos ouvem as ponderações do porco, apesar de alguns não entenderem e outros argumentarem contra, está instaurada a revolta contra Jones e seus empregados e os animais saem vitoriosos do conflito. 
A partir dessa revolta, os porcos propõem uma Carta Magna, com sete "artigos", que contemplavam a dignidade e a igualdade das diferentes espécies animais da Granja do Solar e, sem oposição, é aprovada por unanimidade. Essa Constituição deveria ser respeitada e obedecida por todos em prol de uma sociedade justa e igualitária. O único inimigo era o homem e seus costumes:
1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
2. Qualquer coisa que ande sobre quatro patas, ou tenha asas, é amigo.
3. Nenhum animal usará roupas.
4. Nenhum animal dormirá em cama.
5. Nenhum animal beberá álcool.
6. Nenhum animal matará outro animal.

7. Todos os animais são iguais.

Veja o trailer: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-109030/trailer-19510541/

Site Adoro Cinema. Acessado em 13 out. 2014. Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-109030/.
Acessado em 03 set. 2014. Disponível em: http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/An%C3%A1lise-Do-Filme-a-Revolu%C3%A7%C3%A3o-Dos/216900.html

"Medianeras" vai até a Escola Arnaldo Ballvé!

No dia 01/10/2014, o Projeto movimentou-se até a Escola Estadual de Ensino Fundamental Arnaldo Ballvé. A partir do convite feito pela diretoria, na pessoa de Mara Rejane Borges, e por sua assistente, Tamara Mendes, egressa do Curso de Direito da UNICRUZ, a coordenadora do Pibex "Cinema (e literatura) em movimento: levando os direitos fundamentais da sala de aula para a comunidade", Angelita Woltmann e o voluntário Lucas Kuhn, passaram a película cinematográfica argentina "Medianeiras" (2001), dirigida por Gustavo Tarreto. A apresentação também contou com a presença do professor colaborador Tiago Anderson Brutti, atual líder do Grupo de Estudo Paideia, que substituirá a professora coordenadora no período de licença-maternidade, e, atualmente, tem tido participação fundamental no projeto.

Após a sessão de cinema, houve exposição do ponto de vista dos participantes do projeto sobre a importância do cinema para a educação na escola, bem como, sobre pontos envolvendo direitos humanos fundamentais, notadamente envolvendo relações humanas e sociais em tempos de cibercultura, novos direitos, meio ambiente, liberdade e até sexualidade e religião. Os alunos (em torno de 30) e a professora presente contribuíram para a ação com perguntas e pontos de vista diversos. Foi deixada, também, uma atividade (desenhar ou dissertar sobre o que mais chamou a atenção no filme e opinar sobre assuntos e filmes que eles gostariam de ver na escola) para os alunos, visando, além de avaliar a ação, retornar em breve à escola. Na opinião da diretora e demais servidores, atividades como esta são fundamentais no desenvolvimento dos alunos.

Veja aqui uma resenha sobre o filme analisado:









Em tempos de amizades virtuais, relacionar-se pessoalmente com outras pessoas torna-se uma tarefa cada vez mais complexa para muitos. “Mas como encontrar o amor se não sabes onde está?” este é o tema do filme argentino Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual (Medianeras, Argentina, 2011), de Gustavo Taretto. Medianeras é narrado por Martín (Javier Drolas), um jovem solitário criador de sites que mora com seu cachorro em um pequeno apartamento. O mundo de Martín é a internet, ele compra sua comida, assiste filmes, estuda, entra em sites de relacionamento, se diverte, tudo virtualmente para evitar o mundo externo, por ser um fóbico em recuperação. Quando é obrigado a sair de casa, leva em uma mochila um número fixo de coisas que acredita que podem salvá-lo em alguma situação de urgência. Em frente ao seu edifício, do outro lado da rua, vive Mariana (Pilar López de Ayala), arquiteta, mas atualmente decoradora de vitrines, que terminou recentemente o seu relacionamento de quatro anos e agora vive entre seus manequins e caixas de papelão, com as coisas de sua antiga vida da qual ainda não conseguiu se recuperar.

Os dois vivem na mesma cidade, passam diversas vezes pelos mesmos lugares, têm gostos e interesses em comum, mas ironicamente nunca percebem um ao outro. Essa relação de isolamento e solidão que os dois compartilham é representada metaforicamente pela arquitetura de Buenos Aires. Os imensos prédios com as tais medianeras, ou seja, as paredes laterais, geralmente esquecidas ou utilizadas para anúncios publicitários (não sendo permitidas janelas por questões de segurança), deixam os ambientes escuros e muitas vezes melancólicos. Isso, de acordo com Martín, é uma das principais causas dos problemas com os quais convive.

“Estou convencido de que as separações, os divórcios, a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo, a apatia, a depressão, o suicídio, as neuroses, os ataques de pânico, a obesidade, as contraturas, a inseguridade, a hipocondria, o estresse e o sedentarismo são responsabilidade dos arquitetos e da construção civil. Destes males, salvo o suicídio, padeço de todos”



Acompanhada pela trilha sonora True Love Will Find You In The End de Daniel Johnston, a história de Martín e Mariana representa a solidão urbana, onde mesmo rodeados por milhares de pessoas (mesmo que virtuais), ainda assim nos sentimos sozinhos. Mas Medianeras não deixa de ser um filme otimista, pois seus personagens não desistem domundo real e terão de superar barreiras internas e externas que os impedem de se encontrar.
Trailer:
Texto de Francielle Costa  -  jornalista por formação. Tem paixão especial por quadrinhos, cinema, literatura e tudo o que possa despertar a sensação de que você está vivo. Um pé na realidade e outro na imaginação. Disponível em: http://interrogacao.com.br/2012/03/medianeras-2011-de-gustavo-taretto/