No dia 01/10/2014, o Projeto movimentou-se até a Escola Estadual de Ensino Fundamental Arnaldo Ballvé. A partir do convite feito pela diretoria, na pessoa de Mara Rejane Borges, e por sua assistente, Tamara Mendes, egressa do Curso de Direito da UNICRUZ, a coordenadora do Pibex "Cinema (e literatura) em movimento: levando os direitos fundamentais da sala de aula para a comunidade", Angelita Woltmann e o voluntário Lucas Kuhn, passaram a película cinematográfica argentina "Medianeiras" (2001), dirigida por Gustavo Tarreto. A apresentação também contou com a presença do professor colaborador Tiago Anderson Brutti, atual líder do Grupo de Estudo Paideia, que substituirá a professora coordenadora no período de licença-maternidade, e, atualmente, tem tido participação fundamental no projeto.
Após a sessão de cinema, houve exposição do ponto de vista dos participantes do projeto sobre a importância do cinema para a educação na escola, bem como, sobre pontos envolvendo direitos humanos fundamentais, notadamente envolvendo relações humanas e sociais em tempos de cibercultura,
novos direitos, meio ambiente, liberdade e até sexualidade e religião. Os alunos (em torno de 30) e a professora presente contribuíram para a ação com perguntas e pontos de vista diversos. Foi deixada, também, uma atividade (desenhar ou dissertar sobre o que mais chamou a atenção no filme e opinar sobre assuntos e filmes que eles gostariam de ver na escola) para os alunos, visando, além de avaliar a ação, retornar em breve à escola. Na opinião da diretora e demais servidores, atividades como esta são fundamentais no desenvolvimento dos alunos.
Veja aqui uma resenha sobre o filme analisado:
Veja aqui uma resenha sobre o filme analisado:
Em tempos de amizades virtuais,
relacionar-se pessoalmente com outras pessoas torna-se uma tarefa cada vez mais
complexa para muitos. “Mas como encontrar o amor se não sabes onde está?” este
é o tema do filme argentino Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual (Medianeras,
Argentina, 2011), de Gustavo Taretto. Medianeras é narrado por Martín (Javier Drolas),
um jovem solitário criador de sites que mora com seu cachorro em um pequeno
apartamento. O mundo de Martín é a internet, ele compra sua comida, assiste
filmes, estuda, entra em sites de relacionamento, se diverte, tudo virtualmente
para evitar o mundo externo, por ser um fóbico em recuperação. Quando é
obrigado a sair de casa, leva em uma mochila um número fixo de coisas que
acredita que podem salvá-lo em alguma situação de urgência. Em frente ao seu
edifício, do outro lado da rua, vive Mariana (Pilar López de Ayala), arquiteta,
mas atualmente decoradora de vitrines, que terminou recentemente o seu
relacionamento de quatro anos e agora vive entre seus manequins e caixas de
papelão, com as coisas de sua antiga vida da qual ainda não conseguiu se
recuperar.
Os dois vivem na mesma cidade, passam
diversas vezes pelos mesmos lugares, têm gostos e interesses em comum, mas
ironicamente nunca percebem um ao outro. Essa relação de isolamento e solidão
que os dois compartilham é representada metaforicamente pela arquitetura de
Buenos Aires. Os imensos prédios com as tais medianeras, ou seja, as paredes laterais, geralmente
esquecidas ou utilizadas para anúncios publicitários (não sendo permitidas
janelas por questões de segurança), deixam os ambientes escuros e muitas vezes
melancólicos. Isso, de acordo com Martín, é uma das principais causas dos
problemas com os quais convive.
“Estou convencido de que as separações,
os divórcios, a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de
comunicação, a falta de desejo, a apatia, a depressão, o suicídio, as neuroses,
os ataques de pânico, a obesidade, as contraturas, a inseguridade, a
hipocondria, o estresse e o sedentarismo são responsabilidade dos arquitetos e
da construção civil. Destes males, salvo o suicídio, padeço de todos”
Acompanhada pela trilha sonora True Love Will Find You In The
End de
Daniel Johnston, a história de Martín e Mariana representa a solidão urbana,
onde mesmo rodeados por milhares de pessoas (mesmo que virtuais), ainda assim
nos sentimos sozinhos. Mas Medianeras não deixa de ser um filme otimista,
pois seus personagens não desistem domundo real e terão
de superar barreiras internas e externas que os impedem de se encontrar.
Trailer:
Texto de Francielle Costa - jornalista por formação. Tem paixão especial
por quadrinhos, cinema, literatura e tudo o que possa despertar a sensação de
que você está vivo. Um pé na realidade e outro na imaginação. Disponível em: http://interrogacao.com.br/2012/03/medianeras-2011-de-gustavo-taretto/
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